terça-feira, 14 de junho de 2016

Contos- Meu Amigo "Imaginário"

Hoje em dia tenho 11 anos, mas quando eu tinha uns 7/8 anos, eu não tinha muitos amigos na escola, então resolvi "criar" um amigo imaginário. O nome dele era Fred, ele era legal. Brincava comigo, me contava histórias e me colocava para dormir, já que meu pai matara minha mãe quando eu tinha apenas 4 anos.
Meu pai sempre chegava em casa bem tarde, por volta de 4h da manhã todos os dias. Eu nunca via ele, mas sempre que dava, ele batia em mim, e sempre estava bêbado.

Quando completei 10 anos, meu pai saiu de um bar bêbado, bateu o carro e morreu. Fui colocado em um orfanato, onde estou até hoje. Fred me acompanhou, ele brinca até hoje comigo, mas com brincadeiras de crianças mais velhas segundo ele. Hoje tenho 11 anos.

10 de Setembro de 2012
Uma família veio me ver, acho que querem me adotar. Espero que me queiram, já que sempre desistem de mim após falar que tenho um amigo.

25 de Setembro de 2012
A família veio me buscar. A minha nova mãe se chama Anne, e meu novo pai se chama George. Eles dizem que terei que me acostumar com Londres, já que estávamos indo para lá no dia seguinte.

26 de Setembro de 2012
Estava deixando os EUA, minha terra natal para ir para um país onde nunca ouvi falar. Me contaram que lá também se fala inglês

05 de Outubro de 2012
Já faz um tempo que eu estou aqui, já estou me acostumando com o clima, com as pessoas e com esse lugar que é lindo

3 ANOS DEPOIS

05 de Outubro de 2015
Já fazem 3 anos que eu estou aqui, fiz amizades e sinto que aqui sim é minha casa. Tenho 14 anos já, mas nunca esqueci meu amigo Fred, ele fala comigo todas as noites. Já passei por vários psicólogos, que sempre tentam fazer eu esquece-lo. Mas como esquecer meu único amigo de infância? Minha única lembrança boa entre todas as ruins. É complicado isso.

06 de Outubro de 2015
Fred estava falando comigo, que nós deveríamos fugir, deveríamos pegar distância de todo esse lugar, ir para outro. Começar uma vida nova, apenas eu e ele.

07 de Outubro de 2015
Estou no psicólogo agora, ele me pergunta onde Fred está exatamente agora, e eu respondo que ele está atrás do psicólogo, e não tem boas intenções. Fred pegou uma lança da coleção do psicólogo e enfiou ela no peito dele, arrancando o coração do mesmo. Eu e ele saímos correndo dali, entramos em casa, onde meus pais estavam furiosos por eu não ter ligado para eles irem me buscar. Minha mãe gritou, ela viu Fred, e meu pai também. Tento dizer a eles que ele é inofensivo, mas isso não adianta, Fred está determinado a matar eles. A única coisa que eu pude dizer foi o último "Adeus" e um "Eu amo vocês". Então comecei a brigar com Fred, e disse que ele tinha feito tudo errado, que ele não precisava ter feito nada disso. E então ele disse que era minha vez, e me matou.

Sempre que "inventar" um amigo "imaginário", esse pode ser eu, e eu não sou inventado. A maioria de nós somente tenta achar a luz, mas outros, como eu, optam pelo escuro.

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