terça-feira, 9 de agosto de 2016

Manicômio

Era noite. Cerca de dez horas, quando meu telefone tocou.
-Alô?
-Jhon? - perguntou a voz familiar do outro lado da linha
-Olá Ian. Como vai?
-Poderia estar melhor, eu diria, Jhon, precisamos conversar sobre algo
Sentei-me na borda da cama, esperando notícias ruins.
-Pois bem. A vontade Ian.
Ele suspirou longamente, e após alguns segundos de silêncio, sua voz havia mudado, ficado rouca e baixa.
-Jhon, suas histórias e peças mudaram muito recentemente. Quero dizer, não que sua arte seja ruim, mas...
-Ian, oque quer dizer com isso? - uma batida na porta o surpreendeu.
-Bom, Jhon... eu sinto muito. Os críticos têm percebido a mudança, assim como seus admiradores.
A batida se repetiu, e Jhon levantou-se para abrir a porta.
-Ian, seja direto. Oque aconteceu?
-Jhon... eu sinto muito.
Ele abriu a porta, e um policial observava-o.
-Senhor Jhon K.?
-Sim..? - Ian desligou a ligação, e logo em seguida uma mensagem foi transmitida.
"Jhon, eu sinto muito. Os críticos disseram que suas obras se tornaram macabras de mais para serem exibidas. Psicólogos divulgaram à equipe seus exames recentes e... Me desculpe Jhon, é tudo para seu bem. Me desculpe..."
-Senhor K., o senhor tem uma ordem de internação. Peço que venha comigo.
Em volta da silhueta do policial, sombras começaram a surgir, como aquelas que pintara recentemente.
-Certo. Eu irei.
Pessoas gritaram à sua volta, mulheres, homens e crianças, animais chorando, água pingando em água, os sons invadiram o aposento.
E apenas Jhon escutou.










-Continua...-

-MariSama-

Nenhum comentário:

Postar um comentário